terça-feira, 4 de junho de 2013

Sorte ou azar?


Ela sempre se metia em problemas, não que ela fosse a razão ou algo, os problemas sempre a perseguiam.... aonde quer que fosse, simples assim. As amigas a chamaram para um encontro, uma social disseram. E lá se foi ela toda arrumada, para beira rio, um lugar de belezas épicas, com musicas homenageando o rio. Toda vez que olhava o rio lembrara de um certo professor que dava aula e cantava um trecho tocaaaaaaaaaaaaaaantiiiiiiiiiiiiiiiiiins. Enfim, ela resolveu ir, sempre a chamava de A careta do grupo, amargurada, mal amada e por ai. O dia já começou ruim, na prova da faculdade reprovo o período pela segunda vez, calculo ninguém merece. A professora tinha uma maneira estranha de dar aula que somente ela a entendia, quando resolvera fazer o curso acreditava que não tinha nenhum tipo de contas, outra prova que os problemas a seguiam, matemática era a base de seu curso. Foi a pé pra casa, no meio do caminho levou uma topada, e ainda escorregou e seu trabalho caiu numa profusão de papeis, teve que catar só, porque as pessoas que viram o acontecido prefiram rir, era melhor e mais alegre. Chegou em casa a mãe avisou que uma amiga devolvera um livro, claro depois que ela de maneira educada publicou no mural da tal garota um vídeo de um garoto que ele fazia a parodia sobre devolver livros. Alegria a inundou, depois de tanto tempo correu para o quarto, quando viu o livro, viu que sorte era algo que não existia em seu vocabulário. O livro estava totalmente... ACABADO, a menina derrubara um perfume enjoativo no livro e fizeram orelhas nas pontas, e ainda rasgara um pouco da capa. A menina tinha deixado uma folha com a mensagem Desculpe amiga, meu sobrinho sem querer rasgou um pouquinho a capa. Mas eu passei cola, nem da para notar. Até a noite. Beijos. Ficou com medo de olhar a capa para ver qual grave era o dano, se não iria ter que tortura a garota causadora de tamanho terremoto em sua vida. Entrou no face para ver se tinha algo de novo, tinha uma amiga chata dela querendo ganhar uma blusa de uma banda, putz resolveu fingir que a net caiu, o velho truque do to sem net. Banhou se arrumou, na saída seu irmão passou e gritou:
- Se arrumar pra que? Tu num fica bonita nem com macumba....
E dizendo isso saiu rindo. Foi de carro, o irmão de uma das amigas dela deu carona, ela ficou no banco ao lado do motorista, ele era bonito, seu estilo de bonito, tinha o cabelo meio grande, um alargado na orelha, e algumas tatuagens no decorrer do braço direito, era baterista de uma banda. Passou algumas horas contemplando os padrões para descobrir o que eram, deve ter dito algo, um súbito silencio caiu no carro. Ela parou e olhou para todos, quando o irmão da menina respondeu.
-Obrigada
Sorriu para ela. Ela tinha elogiado ele em voz alta. Ficou com vergonha e fingiu admirar a paisagem do lado de fora, que alias de paisagem não tinha nada, era só umas casinhas com mato do lado de fora. Lembrou-se de uma viagem que certa vez fez com os pais, para uma capital, ficou maravilhada e surpreendida com a beleza do lugar, e com as praças. Sua antiga escola era em uma praça, pichada com cacos de vidro pelo caminho, e sem nenhum tipo de brinquedo para as crianças, mas tinha um pé de azeitona roxa, quando pequena e ia por aquele caminho, enchia os bolsos e ia chupando pelo caminho. Finalmente chegaram ao lugar escolhido. Uma pizzaria, sempre dizem que tudo acaba em pizza, esse foi o caso. Sentaram se a mesa, ela foi a última a se sentar, já que resolver usar salto hoje, por insistência da mãe, e não sabia muito como andar naquilo, sem falar as bolhas que já estava criando nos dedos do pé, mais uma vez sonhou em esta em casa aquele horário lendo algum livro. O irmão da menina passou e chamou, perguntou se ela não iria se sentar.
-Vou sim...
Deu um sorriso amarelo, quando chegou ao local indicado só restava um lugar ao lado dele, sentou, comeu. Todos alegres e sorridentes, ela calada, sempre fora tímida. Ao termina resolveram sair todos para a margem do rio, em casais claro. Ela a única só. Ela se dispersou do grupo, resolveu andar, segurar vela não era para ela. Quando estava perto de uma árvore, viu uma nota de 50 reais! Não acreditando na sorte, resolveu pegar. Se esqueceu que ela era um imã para problemas, acabou por cair, rasgou a meia, ralou o joelho e tudo para nada, já que não era um nota de 50 reais somente um papel amassado. Escutou risos atrás e se virou rápido, era o irmão da amiga. Ela ficou com raiva.
- O que foi? Já é hora de ir embora?
Ele olhou para ela e sorrio mais uma vez. Zangada ela saiu e foi em direção do grupo de amigas. Ele pegou sua mão e a virou.
-Vou fazer algo que passei a noite toda querendo fazer.... Aproposito meu nome é Lucas.
E dizendo isso a beijou. Simples assim. A principio ficou sem saber o que fazer pela surpresa, quando começou a responder, algum tempo depois, escutou seu nome.
-Liaaaaaa

Se separaram e seguiram como se nada tivesse acontecido. No caminho de casa ficou atrás, de vez em quando seus olhos se cruzavam pelo espelho do carro, ele sempre com um sorriso nos lábios. Ao chegar em casa, teve que explicar o porque da meia-calça rasgada. Se deitou, quando estava no limiar com o sono, uma mensagem chegou, resolveu não ler, mais seu celular ficava tocando uma musiquinha irritante ate que pegou.  Lia, gostei de você, espero te ver mais vezes... amanhã vou na sua faculdade. Beijos Lucas. Ela leu a mensagem, sorrio, voltou a deitar e viu que talvez não tivesse tanto azar assim. No outro dia lá estava ele, com as mão no bolso e sorrindo pra ela....
Autora: Mara Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário