sexta-feira, 19 de julho de 2013

Sonhos

Eles sempre se encontravam durante as breves passagens pelo corredor da universidade, ele sempre em seu mundo sem olhar a ninguém, não é que ele fosse uma pessoa arrogante, ou nada do gênero, era que ele tinha seu jeito único de ser, seu mistério e encanto que só eram dele, o que o deixava mais intrigante, e atraia de maneira quase irresistível a Leila.
Leila era uma garota diferente, sempre com mil pensamentos, e a cada dia uma ideia nova, sempre tinha um sorriso, todos na faculdade a consideravam uma menina de bem com a vida, o que ninguém imaginava era que tinha que cuidar de uma casa, esperar horas por um ônibus, e um pai que não a apoiava muito,  mas nunca deixou os problemas se impor em seus sonhos. Um dia ao fazer um trabalho na sala de informática o dono de seus devaneios entrou, ela sentiu m frisson, como se milhões de borboletas batessem em seu estomago em um verdadeiro show de acrobacias, que nem aqueles feito pela esquadrilha de fumaça, que todos os anos se apresentavam  as margens do rio que banhava a cidade. Ele sentou-se ao lado de sua cadeira, seria sorte ou destino?  De maneira discreta ela olhou para o que ele estava mexendo, ela não estava invadindo a privacidade dele, apenas dando uma “olhadinha”, uma garota as vezes tem que fazer algo para que seus sonhos se realizem, pensou ela.  Leu o nome na tela, Lucas... um nome feito para ele.  Ele fechou suas paginas e saiu, ela se assustou pensando que de alguma forma foi pega bisbilhotando suas coisas. No ônibus no meio de um turbilhão de vozes e pessoas, ela estava em um canto espremida e meio dos corpos, mexia de maneira incessante em seu celular, até que achou seu perfil em uma rede social, ele tinha namorada, ficou triste. Os dias foram passando e seu fascínio por ele só aumentava, os amigos já faziam piada sobre o assunto.

Alguns meses depois, ela entrava pela faculdade correndo para não perde a hora, tinha ficando em uma matéria, ia ter que repetir ela com a professora mais ruim do curso, ela era maníaca por hora, se chegasse um minuto atrasado a mulher surtava, e ela já estava cinco minutos atrasada. Bateu na porta e abriu, um monte de olhos virados nela, a professora parou a explicação, e como de costume começou a passar um sermão sobre horários, a sala lotada, até que ela sentou-se atrás e viu o Lucas do seu sonhos na mesma turma... As vezes a sorte esta alojada no centro do azar....

Passou a aula toda dando olhares para o rumo de Lucas, ele já era um veterano do 6 período, ela ainda estava lutando pra sair do segundo. No intervalo das aulas ficou sentada em uma espécie de colunas, em frente ao bebedouro, conversando e discutindo com uma amiga. Quando avistou o Lucas vindo em sua direção, por um momento pensou que ele a estava olhando, e que vinha ao seu encontro, as borboletas acordaram, elas só despertavam em sua presença, só que agora elas pareciam maiores, começou a suar, ele desviou dela e passou do lado para beber água. Os dias passaram, agora quando passava por ele no corredor sentia como se ele a olhasse, como se ele de alguma maneira soubesse de seus sentimentos, seu encontros na sala de informática começaram a ser mais frequentes, na sala de aula ele sempre sentava perto dela, era imaginação? Ele não poderia esta afim dela, tinha namorada, já tinha visto eles juntos algumas vezes, um dia quando ia a caminho da xerox se encontrou com ele, parecia que tinha só eles, ele deu sorriso de canto, ela muito tímida se perdeu em pensamentos. Quando escutou sua voz, a principio pensou que ele falava com o homem das maquinas copiadoras. Mais depois percebeu que era ela a destinatária da pergunta.
- São essas as xerox para a aula?

Ela respirou fundo e sua manada de elefantes alojada no estomago acordaram com força total, as borboletas evoluíram através de cada olhar, e encontro casual que eles tinham. Tirou uma mexa de cabelo do rosto, e respondeu que sim, depois ambos seguiram para suas salas. 

Na hora em que ia saindo da xerox o homem chamou sua atenção e entrego um caderno que estava em cima da mesa, o caderno não era dela, percebeu que era do Lucas, resolveu levar já que ela era uma boa menina, mas la no fundo sabia que ia levar para ter um motivo para falar com ele. Procurou ele por toda a universidade e não o encontrou. Em casa, depois de ter arrumado tudo foi para o quarto, começou a folhear, no meio de tantas anotações descobriu poemas, citações. Leu cada uma como se tivessem sido escritas para ela. Na quarta feira no dia da aula chegou cedo, nada tinha a ver como o professora controlar os horários com punho de ferro, e sim com a ansiedade de devolver o caderno.

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